quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Resistência ao império romano: Os Gauleses



Os gauleses foram povos celtas composto de  diversos agrupamentos espalhados pelo continente europeu. Eles começaram a se definir como um povo comum desenvolvendo  pequenas tribos que cresceram com o passar dos séculos na região onde hoje estão localizadas França, Bélgica e o norte da Itália, por volta dos séculos VIII e VII a.C.
Estas tribos viviam em constantes disputas, mas partilhavam certos costumes, tradições e crenças, por isto nós consideramos que existiu um povo gaulês, mesmo que cada tribo tivesse escolha na forma de viver– que era respeitada ou não, de acordo com  as disputas entre as tribos.
Os gauleses eram politeístas(acreditavam em diversos deuses) e adoravam elementos da natureza, além, é claro, de realizar a maioria de suas celebrações em altares nas florestas, em contraste com outros povos da antiguidade que  construíam grandes templos religiosos.
Os sacerdotes responsáveis pelas celebrações eram os “druidas”, que também acumulavam as tarefas de aconselhamento, ensino, medicação de doentes e também eram juízes nas resolução das disputas internas.
Os gauleses eram seminômades, ou seja, não moravam em apenas um lugar, além disso, eles pouco plantavam, se preocupando mais em criar animais para produção de leite e queijo, além de dedicarem-se à caça de animais de pequeno e médio porte. Conheciam a fundição do ferro, o estanho e o bronze, e com isto fabricavam espadas e utensílios domésticos, além de joias, moedas e estátuas.
Quando César –  ditador em Roma anos mais tarde – invadiu a Gália em abril de 58 a.C. para subjugar as tribos que ainda não haviam se tornado romanas, encontrou uma sociedade estruturada e organizada dentro de grandes agrupamentos, mas carente de união política, o que foi decisivo para serem derrotados.
O lema dos romanos era “dividir para conquistar”. Na Gália, César encontrou o ambiente ideal para tomar território, com o apoio e a simpatia do Senado e da população para suas riquezas particulares na política romana. Considerados bárbaros, os povos que viviam além das fronteiras romanas tinham que ser vencidos em nome da segurança da República romana, além do aumento da riqueza e do número de escravos. Como os gauleses viviam em constantes rixas entre as tribos, nenhum clã ajudava o outro quando este era desafiado. Assim ficavam divididos e mais fracos. A Roma de Cesar então os fez de escravos.
As legiões romanas em pouco tempo conseguiram dominar quase todas as tribos, tanto que em 52 a.C. os romanos já consideravam a região conquistada e César voltou para Roma. Mas esqueceram de avisar para um líder gaulês que eles deveriam se entregar, esta foi a diferença do povo gaulês para se fortalecerem.
Quando César foi para Gália, a região sul já estava sob controle romano há um tempo, e era chamada de Gália Narbonense. Mas a região ao norte, ainda não neste período.
Nesta região viviam os avernos, os heudos e os belgas, que eram povos gauleses.
Vercingetorix era um averno, e foi o único líder que conseguiu unir as três grandes tribos da região para questionar a liderança romana.
Como os gauleses tinham pouquíssimas chances de vencer o exército mais poderoso do mundo em um confronto direto, eles adotaram a tática de terra arrasada: queimaram vilas e povoados rumo ao norte da região, recolhendo mantimentos e deixando os romanos sem ter o que comer, a não ser o que traziam.
Só que os habitantes de Avaricum se recusaram a destruir a cidade, que era razoavelmente fortificada, além de ter o reforço defensivo de um rio e um pântano em volta do terreno. Ali eles resistiram aos romanos por 27 dias. No fim, dos 40 mil habitantes de Avaricum, somente 800 foram poupados. Foi uma carnificina, mas a história de resistência gaulesa aos romanos não lembra um certo desenho? Pois é, Asterix e suas aventuras foram inspiradas justamente neste episódio das guerras gálicas.
Apesar da derrota aumentar a moral dos exércitos romanos, Vercingetorix teve tempo para organizar um contingente de 80 mil homens e 9 mil cavaleiros em Alésia, e todos se prepararam para resistir aos romanos, além de atacá-los.
Só que César não é considerado um dos maiores generais da História à toa. Ele ordenou que as tropas cavassem quilométricas trincheiras em toda a região em volta do monte Auxois, onde estavam reunidos os gauleses. Em pouco tempo eles estavam cercados por centenas de armadilhas e soldados romanos espalhados por toda região. Vercingetorix ordenou que seus cavaleiros buscassem reforços por toda a Gália, e César deixou os cavalos partirem. Quando os reforços chegaram, foram esmagados pelos 55 mil romanos que já esperavam os inimigos. Vercingetorix nada pode fazer e decidiu se entregar no outro dia após a derrota dos “reforços” gauleses. Os gauleses deixaram de lado parte de seus costumes, sendo colonizados com  costumes e rituais romanos.
No entanto, a valentia  e a união com a diversidade dos gauleses foi uma grande lição para outros povos  até os dias atuais. O povo pode ser mais unido para obter melhoras em suas vidas, ao invés de fazer o que os governantes inventam  e mandam transmitir através das televisões, ao inventar preconceitos e fofocas, brigas que só afastam  possibilidades de união  por melhores condições  de vida de todos.

Adaptado em 06-11-2013 do site http://www.historiazine.com/2011/11

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